Nesta terça-feira (18), será realizada uma assembleia extraordinária na Associação dos Funcionários da Languiru, em Teutônia, com a terceira e última convocação às 8h30. O principal tema em pauta será a liquidação da Languiru.
O presidente da cooperativa, Paulo Birck, destaca que esse é mais um processo necessário para permitir a reorganização da Languiru. Segundo os advogados Luís Otávio Daloma da Silva e Evandro Weisheimer, a liquidação extrajudicial não significa que a cooperativa encerrará suas atividades imediatamente, mas sim uma medida transitória para dar fôlego à instituição.
O processo de liquidação tem o objetivo de evitar cobranças e bloqueios enquanto a dívida, que está em cerca de R$ 1,1 bilhão, é administrada. No entanto, a decisão final depende da apreciação e aprovação dos associados. Birck colocou seu nome à disposição para assumir o cargo de liquidante.
Caso a liquidação seja aprovada, a proteção concedida poderá ter duração de até dois anos. Nesse período, a cooperativa será denominada Cooperativa Languiru LTDA em Liquidação. Um dos passos seguintes será a elaboração de um plano de pagamentos aos credores, incluindo a venda de ativos.
A medida de liquidação também traz segurança para possíveis interessados em adquirir os ativos da empresa. De acordo com Birck, há uma grande empresa integradora interessada em comprar o frigorífico de suínos. Com a liquidação, os bens ficam protegidos e não podem ser penhorados, abrindo a possibilidade de venda.

Em relação às preocupações dos associados, Birck explicou que, caso o patrimônio não seja suficiente para quitar as dívidas da cooperativa, cada associado será responsável pelo valor equivalente à sua cota capital.
A reestruturação também tem impacto na redução de despesas. A cooperativa está economizando quase meio milhão de reais por mês em aluguéis. O número de colaboradores também foi reduzido, passando de 3.700 em setembro do ano passado para 1.500 em julho deste ano, reduzindo a folha de pagamento de R$ 7 milhões para R$ 2,6 milhões. Segundo Birck ,essas medidas são necessárias para garantir a sustentabilidade financeira da cooperativa.
Pauta completa
A Ordem do Dia da Assembleia destaca análise e discussão da atual situação econômico-financeira da Cooperativa; deliberação sobre o procedimento de liquidação, com a manutenção das atividades; nomeação e posse do liquidante e de novo Conselho Fiscal; determinação de realização de Assembleia Geral a cada seis meses ou sempre que necessário para apresentar relatório e balanço do estado da liquidação e prestação de contas dos atos; autorização do liquidante para prosseguir na atividade social; designar empresa de auditoria externa para apurar feitos havidos nas gestões anteriores e realizar o acompanhamento das atividades da liquidação; e outras questões que integram o rito do processo assemblear.
Texto: Fernanda Kochhann
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