A prática de uma alimentação balanceada e hábitos alimentares saudáveis desde a infância é de suma importância, pois isso irá proporcionar um bom crescimento e desenvolvimento físico e intelectual da criança, reduzindo os transtornos causados pelas deficiências nutricionais e evitando a manifestação da obesidade e outros distúrbios alimentares.
Segundo a Nutricionista Ketty Pinto Corazza a nutrição infantil inicia já no ventre materno com a alimentação saudável da mae, e segue após o nascimento do bebê com o leite materno que deve ser o seu alimento exclusivo até o seu sexto mês de vida. “A nutrição infantil é assunto sério e começa na gestação e segue por toda a infância. A criança ao ter uma alimentação saudável protegerá o seu organismo de possíveis doenças futuras”, explica.
A introdução alimentar
Segundo a nutricionista é entre 6 e 12 meses de idade, que a criança descobre o mundo mágico dos alimentos.
Para a Ketty existem algumas razões pelas quais se inicia a introdução alimentar aos 6 meses de idade. “A primeira delas é simplesmente pelo fato que o bebê não precisa de nenhum outro alimento além do leite materno, que contém tudo o que ele precisa, desde calorias, nutrientes, anticorpos, água, fatores de crescimento e muito mais. E a segunda razão pela qual iniciamos a introdução alimentar aos 6 meses está relacionada ao desenvolvimento do bebê. O bebê apresenta o que chamamos de sinais de prontidão”, esclarece.
Segundo Ketty os sinais de prontidão são ações que mostram que a criança esta pronta para ingerir alimentos sólidos. “Então, quando a criança já consegue sentar sozinho, explorar objetos com a mão e mostrar interesse pelo alimento e levá-lo a boca são sinais de que ele esta pronto”, salienta.
Ela explica que a introdução alimentar deve começar com a oferta de duas papas de fruta e um papa de legumes diariamente durante o primeiro mês. “A papa de legumes deve conter um alimento de cada grupo alimentar. Lembre-se de oferecer água filtrada e fervida nos intervalos das refeições. Também é importante oferecer duas frutas diferentes por dia. As refeições podem ser feitas conforme os horários da família, mas é preciso respeitar o apetite da criança e saber diferenciarem sinais de fome de outros desconfortos, como sede ou sono,”, salienta Ketty.
Necessidades nutricionais da criança de 2 a 11 anos
Segundo a nutricionista conforme a idade são oferecidos alimentos específicos para compor um cardápio equilibrado. “De 2 a 5 anos: hortaliças e fontes de cálcio (lácteos e folhas verdes), por conta do crescimento e desenvolvimento dos ossos. Nesta fase a criança já consome os mesmos alimentos que a família e já deve ser estimulada a comer frutas e hortaliças inteiras. De 6 a 10 anos: na idade escolar é comum o apetite aumentar, mas é preciso ficar atento para que os alimentos consumidos sejam saudáveis para dar energia sem favorecer o sobrepeso, carboidratos saudáveis como batata doce, aipim, inhame, batata baroa, batata inglesa, assim como a aveia, as frutas e o tradicional arroz e feijão. Acima de 11 anos: Nessa fase é comum os pré-adolescentes quererem trocar os alimentos por lanches rápidos (fast foods) ricos em sódio, açúcar e gorduras saturadas e trans, que podem trazer
impacto negativo à saúde. O ideal e limitar o consumo destes alimentos a alguns momentos específicos na semana”pontua.
Construção dos hábitos alimentares
A nutricionista ressalta que em geral as crianças escolhem os alimentos que lhes são servidos frequentemente, e elas tendem a preferir os alimentos que facilmente estão disponíveis em casa. “E uma série de estudos, consistentemente tem mostrado que a aceitação a novos alimentos aumenta por meio de repetidas exposições, podendo requerer entre 8 a 10 exposições em crianças com 2 anos e de 8 a 15 vezes para crianças entre 4 e 5 anos de idade, antes que se consigam modificações definitivas na alimentação”, explica.
Segundo a nutricionista os pais que abordam em família o conhecimento sobre nutrição, ou, mais especificamente, sobre o valor nutricional dos alimentos, têm crianças que apresentam um maior conhecimento referente à alimentação. “Então as mães que, frequentemente, discutem tópicos como: “quais alimentos você gostou”, “quais alimentos são bons para o nosso consumo”, “vamos experimentar um novo alimento” ou “quais alimentos devemos preparar para refeição”, fomentam na criança o interesse pelo alimento aumentando, assim, a sua aceitação”, relata.
Embora a família seja um importante determinante na formação dos hábitos alimentares não se pode deixar de mencionar a escola, a rede social, as condições socioeconômicas e culturais também influenciam. “Todo o contexto da criança influenciam no processo de construção dos hábitos alimentares e, consequentemente, do indivíduo adulto”, salienta.
Quando levar uma criança na nutricionista?
Ketty recomenda que a primeira consulta aconteça no início da introdução alimentar. “Para que se possa trabalhar a prevenção de doenças por meio do cuidado com a alimentação. Então a orientação é que os pais levem os filhos por volta de cinco meses a nutricionista”, pontua.